‘E AI, A GENTE VAI SE VER HOJE?’

Como essa frase tem me perturbado durantes dias ultimamente, e é só o que ele sabe perguntar. Se ele soubesse as coisas que causam dentro de mim quando ouço essa pergunta. Na maioria das vezes não dá pra nos vermos, e é horrível ficar pensando em desculpas para ter que encontrar ele (já que somos quase dois agentes secretos).
Talvez, se fosse algo rápido, de tipo uns 20 minutos no máximo, só para algumas conversas, risadas, um ou outro abraço tudo bem, mas não... É impossível utilizar 20 minutos da presença um do outro, quando essas duas pessoas, se tratam de duas pessoas que se querem, e não se têm há pouco mais de 1460 dias, ou seja, NÓS. E vou explicar o porquê..

Vamos lá,

Quando a gente se encontra perdemos acho que uns 50 minutos se olhando, conversando, sorrindo igual á dois adolescentes, ele dizendo que estou parecendo a rainha da Inglaterra, e eu tentando mostrar á ele todos os meus defeitos, como a minha cara manchada de maquiagem depois de um dia cheio de trabalho, meu cabelo sujo, e parecendo que fui atropelada por uma manada de elefantes. Depois perdemos quase mais 1 hora e 45 minutos com ele tentando me agarrar e conseguindo, e eu batendo nele e mandando-o parar, e claro sendo totalmente inútil, aliás, acho que perdemos bem mais tempo com isso... E tenho que começar avisá-lo que preciso ir embora umas 3 horas antes de realmente ter que ir, por que tem a parte em que ele surta e pede pra eu ficar mais um pouco, me segura, me agarra, me puxa, me descabela, fica triste, faz o drama dos filmes de Hollywood, e então, eu quase ‘nada apaixonada’ uso isso como desculpa, e digo que vou ficar mais 10 MINUTOS.

E é exatamente com essa ênfase que eu falo isso pra ele, (mas, mal sabe ele que eu quero tanto quanto ele, ou até mais estar ali. Quer dizer, acho que ele sabe sim rs). 

E esses 10 minutos viram 30 minutos, até que eu fico desesperada, pois realmente tenho que ir, e saio andando na frente dele, BEM brava, e tenho a leve sensação de que ele ri do meu desespero e afobação, e isso me faz por dentro sorrir também. Até que infelizmente, e enfim, consigo ir embora. E ao entrar no ônibus, sento e fico olhando pra ele, até perdê-lo de vista é como se a manada de elefantes que me atropelou antes de eu encontra-lo, tivesse sambando no meu estômago, e eu não conseguisse me controlar de tanta felicidade, por ter tido a rara oportunidade e honra de estar com ele por algumas poucas horas, por não precisar de muito, não precisar de me arrumar impecavelmente para vê-lo, de não precisar de um super carro, ou de quartos caríssimos de motéis (apesar de ele insistir bastante), de não precisa nada mais do que a vontade pra me levar até ele, e meu amor pra fazê-lo ficar. E então, no meio desse turbilhão de pensamentos, quase que instantâneamente, meu celular toca me fazendo ir ao céu e voltar em segundos, com uma simples mensagem, como se fizesse anos que não nos víamos, e ele me ganha só com o simples 'Oi'.