segunda-feira, 10 de abril de 2017

' NOTA DO DIA '



"Acontece que a vida nem sempre acontece como a gente quer. E, por isso, é necessário aceitar a vinda dos dias ruins. Nem todos serão legais. Nem todo dia que o sol nasce a gente se anima. Nem toda chuva refresca. Nem todo frio é gostoso. Qualquer uma dessas e de outras tantas coisas podem nos colocar para baixo. Mas tudo muda quando a gente olha para o lado e vê alguém para nos colocar para cima – e eu estarei lá com você.

Um dia você vai voltar para casa triste.
E eu estarei te esperando com brigadeiro na panela para comer enquanto assistimos futilidades na TV.

Juntos a gente faz os dias ruins passarem mais rápido."




Por. Marcio Rodrigues

' VOCÊ FOI UMA DAS PESSOAS MAIS IMPORTANTES QUE JÁ PASSARAM PELA MINHA VIDA '



É engraçado pensar que cheguei até aqui sem você. Sério, é surpreendente perceber que cheguei tão longe.

É curioso lembrar a dor que eu senti quando você foi embora, como se tivesse levado consigo uma parte de mim. Na verdade, você levou. E tudo ficou tão vazio…

Você era tão intrínseca à mim e um desgrude nunca foi uma opção: éramos carne e unha, e ponto. Certas coisas não deveriam ser descoladas, a terra não foi feita para perder sua gravidade e eu não tinha sido feito para ficar sem você, mas bem, eu fiquei.

Não sei como anda a sua vida e sei menos ainda o motivo pelo qual te escrevo, mas sei que em todos esses anos eu senti muitas vezes a sua falta. Não sei se foi recíproco, eu prefiro pensar que sim, e que você teve seus motivos para ficar onde esteve: tão longe.

De qualquer forma, você foi uma das pessoas mais importantes que já passaram pela minha vida, e talvez você soubesse disso todo esse tempo, talvez não.

Bom, agora você sabe.


Por. Augusto Alvarenga



quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017




I Never Told You - Eu nunca te disse (Colbie Caillat)



Eu sinto falta desses olhos azuis

De como você me beijava de noite

Eu sinto falta de como a gente dormia


Como se não houvesse nascer do sol

Como o gosto do seu sorriso

Eu sinto falta de como a gente respirava


Mas eu nunca te disse

O que eu devia ter dito

Não, eu nunca te disse

Eu simplesmente segurei dentro de mim


E agora

Eu sinto falta de tudo sobre você

Não acredito que eu ainda te quero

E depois de tudo o que a gente passou

Eu sinto falta de tudo sobre você

Sem você


Eu vejo seus olhos azuis

todas as vezes que eu fecho os meus

Você deixa dificil de ver

À que lugar eu pertenço

Quando eu não estou com você

É como se eu estivesse sozinha comigo mesma


Mas eu nunca te disse

O que eu devia ter dito

Não, eu nunca te disse

Eu simplesmente segurei dentro de mim


E agora

Eu sinto falta de tudo sobre você

Não acredito que eu ainda te quero

E depois de tudo o que a gente passou

Eu sinto falta de tudo sobre você

Sem você


Mas eu nunca te disse

O que eu devia ter dito

Não, eu nunca te disse

Eu simplesmente segurei dentro de mim


E agora

Eu sinto falta de tudo sobre você

Não acredito que eu ainda te quero

E depois de tudo o que a gente passou

Eu sinto falta de tudo sobre você

Sem você





segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

' NEOQEAV '



Meus avós já estavam casados há mais de cinqüenta anos e continuavam jogando um jogo que haviam iniciado quando começaram a namorar.

A regra do jogo era que um tinha que escrever a palavra "NEOQEAV" num lugar inesperado para o outro encontrar e assim quem a encontrasse deveria escrevê-la em outro lugar e assim sucessivamente.

Eles se revezavam deixando "NEOQEAV" escrita por toda a casa, e assim que um a encontrava era sua vez de escondê-la em outro local para o outro achar.

Eles escreviam "NEOQEAV" com os dedos no açúcar dentro do açucareiro ou no pote de farinha para que o próximo que fosse cozinhar a achasse. Escreviam na janela embaçada pelo sereno que dava para o pátio onde minha avó nos dava pudim que ela fazia com tanto carinho.

"NEOQEAV" era escrita no vapor deixado no espelho depois de um banho quente, onde a palavra iria reaparecer depois do próximo banho.

Uma vez, minha avó até desenrolou um rolo inteiro de papel higiênico para deixar "NEOQEAV" na última folha e enrolou tudo de novo.

Não havia limites para onde "NEOQEAV" pudesse surgir.

Pedacinhos de papel com "NEOQEAV" rabiscado apareciam grudados no volante do carro que eles dividiam.

Os bilhetes eram enfiados dentro dos sapatos e deixados debaixo dos travesseiros.

"NEOQEAV" era escrita com os dedos na poeira sobre as prateleiras e nas cinzas da lareira. Esta misteriosa palavra tanto fazia parte da casa de meus avós quanto da mobília. Levou bastante tempo para eu passar a entender e gostar completamente deste jogo que eles jogavam. Meu ceticismo nunca me deixou acreditar em um único e verdadeiro amor, que possa ser realmente puro e duradouro.

Porém, eu nunca duvidei do amor entre meus avós.

Este amor era profundo. Era mais do que um jogo de diversão, era um modo de vida.

Seu relacionamento era baseado em devoção e uma afeição apaixonada, igual as quais nem todo mundo tem a sorte de experimentar. O vovô e a vovó ficavam de mãos dadas sempre que podiam.

Roubavam beijos um do outro sempre que se batiam um contra outro naquela cozinha tão pequena. Eles conseguiam terminar a frase incompleta do outro e todo dia resolviam juntos as palavras cruzadas do jornal. Minha avó cochichava para mim dizendo o quanto meu avô era bonito, como ele havia se tornado um velho bonito e charmoso.

Ela se gabava de dizer que sabia como pegar os namorados mais bonitos.

Antes de cada refeição eles se reverenciavam e davam graças a Deus e bençãos aos presentes por sermos uma família maravilhosa, para continuarmos sempre unidos e com boa sorte.

Mas uma nuvem escura surgiu na vida de meus avós: minha avó tinha câncer de mama. A doença tinha primeiro aparecido dez anos antes.

Como sempre, vovô estava com ela a cada momento.

Ele a confortava no quarto amarelo deles, que ele havia pintado dessa cor para que ela ficasse sempre rodeada da luz do sol, mesmo quando ela não tivesse forças para sair.

O câncer agora estava de novo atacando seu corpo.

Com a ajuda de uma bengala e a mão firme do meu avô, eles iam à igreja toda manhã. E minha avó foi ficando cada vez mais fraca, até que, finalmente, ela não mais podia sair de casa. Por algum tempo, meu avô resolveu ir à igreja sozinho, rezando a Deus para zelar por sua esposa. Então, o que todos nós temíamos aconteceu.

Vovó partiu.

"NEOQEAV" foi gravada em amarelo nas fitas cor-de-rosa dos buquês de flores do funeral da vovó.

Quando os amigos começaram a ir embora, minhas tias, tios, primos e outras pessoas da família se juntaram e ficaram ao redor da vovó pela última vez.

Vovô ficou bem junto do caixão da vovó e, num suspiro bem profundo, começou a cantar para ela.

Através de suas lágrimas e pesar, a música surgiu como uma canção de ninar que vinha bem de dentro de seu ser. Me sentindo muito triste, nunca vou me esquecer daquele momento. Porque eu sabia que mesmo sem ainda poder entender completamente a profundeza daquele amor, eu tinha tido o privilégio de testemunhar a beleza sem igual que aquilo representava.

Aposto que a esta altura você deve estar se perguntando:

"Mas o que NEOQEAV significa?"

Nunca Esqueça O Quanto Eu Amo Você


Fonte: http://neoqeav.com.br/



segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

' QUANDO A GENTE CONVERSA '



Eu já acordo com uma mensagem sua.
E quando não, é você quem acorda com uma mensagem minha.
E assim a gente vivendo todos os dias devagarzinho.

Passo as primeiras horas do dia já dividindo minha vida com a sua. Te conto do que assisto na TV, te conto do transporte público lotado, te conto das primeiras horas do trabalho. E tudo isso ouço de você também.

É bom saber mais de você. É bom saber se você vê a rotina do mesmo jeito que eu. E nem é sobre o jeito mais legal de ver, é sobre, sei lá, o nosso jeito de ver separados. Eu gosto de aprender com as pessoas e, por isso, confesso que passei a ouvir mais aquela banda que você gosta só para eu entender porque você gosta tanto. Acho que isso é bom,

Eu acho que estamos tendo uma conversa infinita. Não se trata de novas, se trata da mesma interrompida e continuada, sabe? Depois do trabalho a gente comenta um pouco um do dia do outro e a madrugada entra sem a gente perceber. Algumas reclamações iguais, alguns almoços em serlf-service de todo dia, nada muito diferente, mas tudo diferente depois que alguém passa a fazer parte da nossa vida. É por isso que estou gostando da gente. Minha vida virou um filme depois que você apareceu. É engraçado como tudo virou cena de seriado ao te contar, de uma pessoa escorregando no metrô a uma palavra engraçada que ouvi no dia, qualquer coisa que meus olhos veem vão direto para o seu coração e vice-versa. E isso tem me feito bem. 


Eu não quero parar de falar com você. Não quero te ver indo embora mal tendo chegado.

É cedo demais para eu dizer que isso tudo vai dar em algo, mas já tem sido bom demais ter um brilho a mais na minha rotina. Sei que ultimamente tenho lido menos livros do que eu lia nos trajetos e horas livres, mas tem sido tão bom te ler um pouco mais também. Já decorei os emojis que usa, o jeito que ri e a hora que dorme me deixando falando sozinho. Acho que já te conheço um pouco.

Quando a gente conversa eu fico bem.
Me sinto a vontade para falar de tudo sobre mim. E me sinto ainda mais a vontade para responder suas perguntas. É tão bom ter alguém perguntando coisas sobre a gente.

A vida não é interessante, somos nós que criamos interesse em viver.

Você tem transformado meu dia a dia.
Rio sozinho no metrô e as pessoas percebem. Ouço seus áudios no whatsapp sem abaixar o volume e sua voz sai alta hahaha. Não te respondo também em áudios porque tenho vergonha em meio a tanta gente. Mas eu gosto de ouvir os seus, gosto de ouvir o jeito que você fala. Você fala bonitinho.

Quando a gente conversa é quando a gente conhece alguém. Não tem a ver com ser bom de lábia – o que é isso? -, tem a ver com ser bom de fazer bem a alguém, isto é, aquilo tudo o que somos, que nascemos aprendendo, mas que esquecemos de praticar. E fazer bem pode ser perguntar para a pessoa o que ela pensa sobre o brócolis e uva-passa no arroz. Fazer bem é tentar fazer o que nunca fizeram. Escrever capítulos inéditos da vida da pessoa.

É muito fácil fazer bem a alguém, a gente só precisa querer mais, nos interessar mais, ser mais quem gostamos de ser e quem gostaríamos de ter.

Quando a gente conversa eu tento te fazer bem do mesmo jeito que você me faz.

Por. Márcio Rodrigues



segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

' CADÊ A LÍVIA? '




Lembra daquela conversa que tivemos antes de você partir? Me recordo, como se fosse ontem, que você disse, com um choro breve e contido, que nunca me esqueceria. Mesmo se eu voltasse a usar aquela minha camisa xadrez vermelha e preta que você odiava. E eu me achava tão bonito com ela… Esse dia foi triste, um martírio, mas nós nos prometemos que não iríamos nos esquecer. E promessas feitas com o dedo mindinho entrelaçados são sempre coisa séria. Muito séria.

Na época, tivemos que nos separar, éramos diferentes, vivíamos momentos diferentes, era o que dizíamos. O tempo passou e tanta coisa mudou, emagreci um pouquinho, minha mãe está mais doente e meus avós já partiram para outro lugar que ainda não tenho opinião sobre como deva ser, mas espero que seja especial. Eles gostavam tanto de você. Estava pensando agora que, depois de você, namorei outras mulheres, e imagino que você também tenha namorado. Não necessariamente com mulheres, claro. Mas também se for, qual o problema? E acabei lembrando que a minha avó, nos últimos anos em que passamos cuidando dela, sempre achava que todas as namoradas que estavam comigo eram sempre você. Cadê a Lívia? – dizia ela. E eu, sadicamente, adorava isso, mesmo que, por uma obviedade, tivesse que responder: Vó, essa é a Marina! Eu ficava sem reação, pedia desculpas para a Marina, ríamos um pouco da situação e, minutos depois, quem se perguntava era eu: Cadê a Lívia? Nunca soube responder.

Tenho tantas memórias de você, dos teus brincos, das tuas roupas quando íamos ao cinema, do teu vestido quando foi àquela formatura comigo, e da vergonha que senti quando perguntei se você gostaria de se arrumar aqui em casa. Da maneira que você corria, charmosa de tão desengonçada, quando íamos correr juntos, das fotos de comidas aleatórias que me enviava durante a tarde e da maneira linda que você falava dos teus sonhos; era tudo tão seu, tão nosso. Dos teus tênis baixinhos, e de como eu era apaixonado por você usando eles, dos seus óculos que só eram usados quando necessário, do seu riso nervoso quando era elogiada, dos seus beijos de emergência quando as palavras brincavam de sumir, da vontade eterna de se aninhar em meu peito enquanto o tempo custava a passar na frente da sua casa; dentro do carro; no meu colo.

Você lembra quando te busquei no inglês pela primeira vez? E quando, aqui em casa, tentei fazer a melhor margarita do mundo só para tentar te impressionar e, obviamente, não consegui? E quando eu dividi todo o meu mundo, o meu coração e a minha família, com você? Espero que lembre… eu lembro tanto; dos seus sonhos, das tuas pequenas doçuras que, para você, sem dúvidas, eram simples, mas que, para mim, eram um novo mundo. Acredite, dos teus detalhes eu fiz tantas coleções. E isso, a gente não compra por aí, nem troca por alguns beijos e abraços na esquina. Já, eu? Ainda escrevo os meus textos de domingo, ando pela casa de samba canção, sem camisa e tenho várias meias coloridas que guardei ao longo do tempo. Ainda tenho as cartinhas que você me enviava e todos aqueles brinquedinhos que você insistia em pegar no Mcdonalds quando íamos nas madrugadas que você acordava, repentinamente, com fome, mas nunca sabia do que.

Não tenho mais o seu número, não te acho nas redes sociais – você nunca foi disso –, e quando passei na sua casa, mentindo para mim que era o melhor caminho para ir até o trabalho, disseram que você não morava mais lá. Não sei muito bem o que fazer, nem se haverá reciprocidade no que estou escrevendo, mas como eu poderia dizer adeus ao que estou sentindo? Não seria justo com a nossa promessa. Estou com saudades e não sei como te achar. Espero que você leia o meu blog, pois, se você tivesse um eu leria. Juro. Difícil seria só não se perguntar: cadê a Lívia?

Por. Frederico Elboni